cruzados. braços.
enlaços. traços. regaços. tudo foram estes braços de quem nunca quis parar.
desembaraçaram matos. foram serras e machados. mãos em sangue tanta vez.
mas abriam os caminhos. depois abriam-se aos filhos e ao amante imaginado. abriam-se lado a lado
para se fechar outra vez envolvendo de amor casto. quente e humano e sagrado em redor dos bem-amados.

hoje, braços enrugados, meio inúteis e cansados cerram-se em volta de si.
não há sonhos. não há laços.
"alegria de viver"? - mas falta viver o quê?
que é que esses braços deixaram escorregar pelo caminho?
se muita coisa perderam, deram demais tanta vez!
o perdido que lá fique. alguém o encontrará - outros braços com regaços...
ela já não quer mais laços. é hora de descansar. é hora de ouvir o mar.